Poder ver o texto antes dele se unir as ilustrações e passar pelo trabalho da diagramação pra mim é mágico, porque consigo medir todo meu apreço por ele.
Quem analisa o texto, decidindo se ele vai ser publicado ou não, é o conselho editorial. O texto só chega pra equipe que vai 'trabalhar' (de certa forma) nele depois de passar pela análise.
Quando gosto e me envolvo com o texto antes dele passar pelas etapas iniciais para virar livro, fico ansiosa para me apaixonar ainda mais quando ele estiver pronto, quando as páginas coloridas trazem o texto e aquele aroma que só os amantes de livros sabem o que é.
Tem livro que a ilustração salva o texto, tem ilustração que complementa o texto e texto que não precisa de ilustração.
Fico só imaginando os primeiros leitores de Howl - que rendeu posteriormente processo ao escritor e ao editor -, de Allen Ginsberg, ou On the road, de Jack Kerouac, que marcaram a geração beat, ou até mesmo, Harry Potter, de J K Rowling, que foi recusado por várias editoras antes de ser publicado e se tornado um fenômeno. Imagine se os editores não tivessem se apaixonado e acreditado no trabalho deles? Imagine quando os originais de Kerouac ou Ginsberg, antes mesmo de 50, ou mesmo Clarice Lispector, Virginia Woolf, Jane Austen e tantos outros, talvez aos chegarem nas editoras seus nomes não tivessem o peso que têm hoje, mas seus textos independente de tudo cativaram e, de certa forma, envolveram quem os publicou.
Tem texto que é muito bom e não precisa do peso do nome do escritor. tem texto que é bom, mas precisa de escritor de nome pra vender e tem texto que por si só não precisa de nome de escritor pra segurar a obra. Tem escritor que só quer fama de escritor. Tem escritor que não gosta de aparecer e escritor que vive de aparecer. Tem escritor que não sabe escrever, mas quer publicar. Tem escritor que acredita no que faz e faz porque acredita. Tem escritor chato, escritor simpático, escritor que fala demais e escritor que é escritor de verdade.
Prefiro os escritores que acreditam na sua obra e deixam que elas falem mais (do que e por) eles.
Kerouac e o rolo de 37m que se tornaria sua obra mais famosa, On the road