sábado, setembro 24, 2011


As aparências enganam

Ando bem clichê ao escolher os títulos dos meus textos, mas não poderia ser diferente quando o assunto também insiste em ser.

Todo mundo sabe que eu não ligo pra esse negócio de carro do ano, marca de bolsa ou grife de roupa. Porque pra mim existem coisas bem mais importantes.

Não ligaria se meu namorado viesse me buscar de Kombi verde e branca, de vespa vermelha ou até mesmo de bicicleta. Estranho seria se ele viesse me falar sobre o último eliminado da fazenda, da Bruna Surfistinha ou do novo hit funk.

Fico aqui me questionando se uma pessoa que coloca na balança o tipo do carro que o pretendente tem, merece ser levada a sério. Eu sinceramente não levaria. Não é muito raso escolher alguém pela grife do relógio ou marca do carro? Não é o carro que faz o condutor. Fulaninha que acredita piamente no contrário devia ser tratada igual ao tempo útil nos holofotes do último lançamento da Volksvagen.

Conheço muitos idiotas que dirigem seus importados, com cigarros entre os dedos, cabeças completamente vazias, se achando os donos do mundo. Pra mim é muito mais charmoso e admirável os carinhas que não têm vergonha de dirigirem seu fusquinhas 64 e que têm muito conteúdo a compartilhar. Porque a máxima muito mais vale o que você é do que o que você tem' realmente importa.

Imagine só se você fosse reduzida apenas a sua maquiagem importada ou a sua bolsa vinda de Paris. Tem gente que escolheria você por isso, imagina.

Não estou aqui pra pregar que todos deveriam é dirigir Fiat 147, Variant, Opala e Chevette - que mal tem dirigi-los? - , caros donos de Mitsubishi, Ferrari, Audi, etc... estou falando de um tipo especifico de mulheres, aquelas que se deixam levar APENAS pelas aparências.

MULHERES, carros são meios de transportes e precisam estar em boas condições. Carros não são acessórios de pessoas e não devem fazer parte de catálogos.

Ps: Sei muito bem também que existem os que gritam aos ventos que não precisam de nada, carro, dinheiro, mas não vivem sem nada disso. Muito interessante tal figuras também, mas deixa isso pra uma outra história.



sábado, setembro 17, 2011


E você, tem cara de quê?


Um texto em homenagem a todos os formadores de opinião. Pessoas que com força, e lero-lero, determinam como certas pessoas serão vistas por todos, sentados em cima dos próprios rabinhos

A viagem de volta sempre parece ser mais curta do que a de ida, mas não é. The Wonders foi um grupo bem parecido com os Beatles, no entanto... LED, plasma e LCD podem até serem confundidos, mas todo mundo sabe que cada um tem suas peculiaridades, só não sabe é explicar. Chiclete de menta é bem parecido com o de hortelã, mas...

É muito fácil pras pessoas rotularem as coisas pelo simples fato de que alguém é parecido com isso ou aquilo, então deve ser assim. O julgamento das pessoas é instantâneo, imediato e absolutamente precipitado. A cabecinha de algumas pessoas limita-se a funcionar automaticamente de forma que, se notar a presença de certas características, pronto, estão etiquetadas, só basta colocar as informações nutricionais.

Que babaquice julgar as pessoas por suas preferências, cor do cabelo, vestimenta ou hábitos alimentares não determinam absolutamente nada. 'Se fulano se veste assim então deve ser assado', que ilusão.

Caramba, as pessoas se limitam aos achismos da vida só porque é muito mais cômodo. É muito mais cômodo ficar na superfície mesmo.

Falar que o menino que está do outro lado calçada, de capuz e mãos no bolso poder ser um possível assaltante em uma rua deserta, às dez da noite é uma coisa, mas condená-lo a isso, é outra história, vai que isso afeta o emocional do rapaz, vai que ele gosta de andar assim e se sente melhor sozinho a essa hora. Agora, chamar a 'colega de firma' de jararaca- nojinho só porque ela tem ‘aquela’ cara de mau humor a qualquer hora do dia, passa e nem dá ‘Bom dia’ e tem sempre um ar superior, não quer dizer que ela realmente seja o que você está pensando, a não ser que a convivência confirme suas expectativas.

Chega dessas de a tatuada-maconheira, bicho-grilo, escritora maluquinha, santinha do pau oco, nerd bobão, modelete-patricinha- metida, mulambos, branquelas e afins, vamos tratar as pessoas com nome e sobrenome, porque cada uma têm suas particularidades e não é porque parece ou porque sujeito tem uma característica que determinantemente vai ter outra.

Cara de limão azedo, de pamonha, pastel e maracujá de gaveta a gente encontra várias por aí, mas isso não quer dizer nada nada. Vai me dizer que você não fez cara de que comeu e não gostou? Vamos sair desse mundinho de achismos baratos de – perdoe-me o clichê - julgar o livro pela capa.



quarta-feira, setembro 14, 2011


E se não tiver foto?

Os tempos modernos trouxeram pra gente não só a instantaneidade das coisas como também o exibicionismo disso tudo.

Porque simplesmente não basta você estar lá feliz e saltitante fazendo compras na Tiffany em plena Champs-Élysées, é necessário ativar o foursquare, tirar fotos, publicar na internet e o povo todo curtir pra saber realmente que você esteve lá. – prova real mesmo, certificada e à cores, com datinha embaixo pra provar.

Será mesmo necessário fotografar cada momento para que ele se torne inesquecível? Será que paisagens belas, momentos únicos e sentimentos podem ser dissipados pela ausência de uma câmera fotográfica? Isso é suficiente para que ele desapareça de sua memória? Acho que não.

Ultimamente tenho reparado onde quer que eu vá que as pessoas têm se apegado demais a isso e deixado que suas vidas sejam regidas por esses vícios. Estou no shopping e tem lá os garotos tirando foto com a moto da exposição com suas mais belas poses. No parque é o grupinho de adolescente que resolve tirar foto bem ao seu lado só pra postar no ‘face’. No restaurante são as meninas que resolvem parar tudo para ‘pose pra foto: estamos jantando’.

Que loucura toda é essa? Precisa de tudo isso?

A gente pode fotografar um parto, um batizado, um casamento, happy hour com os amigos, seja lá qual outra comemoração que você queira inventar, mas o que mais importa pra mim, só a mim importa, e ninguém mais precisa ficar sabendo, se viajei ou não, não serão apenas as fotos que irão dizer, mas sim o que você sentiu. Sensações câmera nenhuma captura.

Existem viagens que a gente não precisa de fotos e fotos que são melhores serem esquecidas.

PS: Não que eu seja contra fotos, mas menos né gente?! Vamos ficar um pouco mais on na vida real.

segunda-feira, setembro 12, 2011


Another brick in the wall

Não acho que todo mundo deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Todo mundo não. Por favor, me poupe disso.

Quem foi que disse que é preciso casar porque a idade chegou, ter filho porque chegou a hora ou é hora de sorrir pra cumprir o protocolo? Quem foi que espalhou por ai que nossa vida precisa seguir a risca padrões pré-determinados por alguém?

Odeio essa história de convenções sociais. Quem determina sua maneira de ser feliz é você e não atrapalhando – pra mim - abolir a inveja, neste caso – ninguém viva a seu modo.

Estou querendo encontrar quem foi que disse que aquela velha equação resulta em uma vida perfeita. Quantas vezes você não se perguntou pra que usaria a tal formula fora da escola? Então, me desculpe os certinhos, os padronizados e os apáticos, minha vida sou eu quem faço e minha felicidade não está atrelada a carro do ano, viagem a Vegas, cabelos do comercial da Elselve, pele sem manchas, cicatrizes ou marcas de expressão. Vamos parar de preencher nossos vazios com botox, lifting ou ácido retinóico, se sentir bem vale a pena, mas não vale acreditar que só isso te fará feliz.

É preciso mesmo abandonar o all star, o piercing, esconder a tatuagem, guardar o jeans surrado e aposentar a camiseta rasgada do Nirvana?

Pra que seguir roteiros que alguém escreveu e todo mundo insiste em encenar.

Chega de levar as coisas tão à sério. Seja Gente Grande, mas não deixe a Criança Pequena ai dentro morrer.

Chega de ser ‘another brick in the wall’.

PS: Não que é eu ache que todo mundo deve sair por ai dando viva ao anarquismo, mas...


sábado, setembro 10, 2011


Você conhece o Caio?

Não sei você, mas eu me assustei quando me deparei coma quantidade de pessoas no twitter que cita Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Leminski, Drumond e outros tantos - Que legal eu não encontrava toda essa gente há no máximo 1 ano. Nossa, como surgiram rápido hein?! - O fato das pessoas estarem lendo mais e a literatura se disseminando seria ótimo, mas de fato não é o que acontece.

Legal é ser culto, intelectual e colocar frases de efeito, prolixas, de difícil entendimento - às vezes - na maioria delas vai - no status do MSN, facebook, no falecido Orkut, rodapé do e-mail, e o que dirá no twitter. Twitter, essa mídia que todo mundo adora ser visto e lido em 140 caracteres – gente demais o twitter - mas impressionante, a maioria das pessoas que fazem isso sequer teve contato alguma vez com a obras desses escritores.

Seria interessante que a internet instigasse os tuiteiros a além de citar as frases ou simplesmente retuitá-las a procurar um pouquinho sobre a obra/escritor. Inúmeras são as frases equivocadas que levam as assinaturas dos escritores.

É importante que as pessoas tenham acesso a obra física, impressa, do escritor e não fiquem se baseando apenas em frases dispersas, jogadas, pela internet.

Hoje grandes gênios da literatura disputam espaço com os horóscopos diários e principalmente com os ‘what are you doing’.

Se isso tudo servir para aumentar o percentual de pessoas que lêem no país, fico satisfeita e não falo mais nada, do contrário...

As pessoas deveriam mesmo ler, LER, LER, e não ficar apenas usando discursinhos para vencerem concursos de miss.

Adoraria estar errada quanto a isso.

Leiam mais.

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