domingo, junho 16, 2013


"Prefiro que as palavras brinquem comigo"

ou Tatiana Belinky .... e quem quiser que conte outra.

Fui dormir um pouco mais triste neste sábado. Ao chegar em casa recebi a triste notícia que Tatiana Belinky havia nos deixado.


Tatiana tinha doçura, a calma e a suavidade do cantar dos pássaros nas manhãs bonitas de primavera. Tinha a tranquilidade das músicas de ninar.

Tatiana foi vencedora do Prêmio Jabuti de 89, tinha mais 270 títulos publicados, entre eles, LimeriquesO Grande Rabanete, 17 é TOV.

Tatiana foi roteirista, adaptou O sítio do picapau amarelo para a tv. Fez teatro. teatro para criança.

Tatiana nasceu na Rússia, mas veio para o Brasil ainda menina, onde continuou com a alma de menina pra sempre. começou a ler aos 4 anos e até pouco tempo foi tradutora.

Tatiana traduziu diversas obras, entre elas contos de Anton Tchekhov. Mas sua tradução mais importante foi conseguir colocar toda sua alma intensa em todos seus textos. 

Tatiana tinha a leveza nos olhos e na escrita. Tinha o gosto pela literatura e pelas crianças que transbordava, e tanto me incentivou a gostar de ambos. 

Tatiana tinha uma voz carregada de emoção e de paixão pelo que fazia. 

Tatiana era uma senhora muito antiga, mas não velha, pois dentro dela morava uma criança, aquela que ela foi há muitos anos (como ouvi da própria escritora em uma de suas entrevistas)

Tatiana tinha uma biblioteca imensa em sua casa. sempre quis ter uma biblioteca imensa como aquela que sempre vi nas entrevistas de Tatiana. 

Tatiana era uma das escritoras que tanto admirei e gostaria de ter a honra de ter conhecido.

Aprendi com Tatiana que a gente não deve deixar de ser criança. Deve carregar-se de espontaneidade e deixar moralismos de lado. "O verbo ler não comporta imperativo, assim como o verbo amar"

É completamente impossível falar de Tatiana no passado. Tatiana será pra sempre eterna. Tatiana é tão linda como sua obra. Tatiana é tão doce como sua fala. Tatiana é tão profunda como suas histórias.

Escritores não morrem, escritores deixam obras (mais ou menos como dizia Borges)

Tatiana quando pequena queria ser bruxa. Eu queria ser Tatiana.


Tatiana Belinky em entrevista para o Cocoricó

Subscribe

Licença Creative Commons