domingo, junho 02, 2013


Bang Bang




Não tinha medo o tal João de Santo Cristo

Era o que todos diziam quando ele se perdeu
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda
Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu
Legião urbana 



Quem me conhece sabe que sou uma grande admiradora da sétima arte (principalmente dos filmes que só rolam no circuito alternativo). Claro que tenho minhas preferencias, diria que um pouco distintas da população em geral. Nunca assisti "Transformers", muito menos "Velozes e Furiosos". E odeio filmes com efeitos especiais. Gosto dos filmes 'crus', onde o roteiro, a interpretação dos atores, a trilha, pesam mais do que qualquer outro recurso que disperse o telespectador. Sempre preferi as salas de cinema vazias (como no filme Che) a toda aquela agitação característica.

Minha lista de favoritos, com raras exceções, passam longe do nosso país. Sempre olhei torto para produções da  Globo Filmes, principalmente aqueles que trazem os humoristas da telinha. Porém ontem fui assistir Faroeste Caboclo, uma parceria entre a Globo Filmes e Tele Cine productions.

Há exatamente 1 mês depois de assistir Somos tão jovens - e enfrentar uma longa fila - assisti a tão comentada história bang bang de João de Santo Cristo, Maria Lúcia e Jeremias.

Perdoem-me os fãs de Legião (quando a banda no auge do sucesso, meus interesses não passavam dos de uma menina de 3, 4, 5 anos, no máximo), mas o que me levou ao cinema foi ficar sabendo que Rene Sampaio, diretor do longa, bebe na mesma fonte de Tarantino, que ambos são fãs fervorosos da faroeste spaghetti,  imortalizada pelos italianos Sérgio Leone e Sergio Corbucci.

Faroeste Caboclo é uma espécie de filme que a grande maioria, assim como eu, não está acostumada a ver no cinema nacional (sempre com roteiros parecidos aos de novela). Gosto de finais surpreendentes que vão além do "e foram felizes para sempre".

Claro, que os roteiristas se apoiaram na canção homônima, mas a diferença de ouvir a história e vê-la é um pouco diferente. As linguagens são diferentes e a interpretação dos atores pesa demais. Destaque para Fabricio Boliveira, que dá vida lindamente ao personagem principal, mesmo sem falar nada consegue transmitir tudo, ele não coloca o personagem na categoria mocinho ou bandido.

Faroeste Caboclo me surpreendeu. Parece que o cinema nacional descobriu Renato Russo que queria aos 20 ser cantor, aos 40 cineasta e aos 60 escritor. Parece que a indústria cinematográfica de certa forma realizou o sonho do cantor. Que venham os próximos. 'Eduardo e Monica' parece que encabeça a lista. Vamos aguardar.


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