E dentro do seu músculo escarlate batedor cabe um punhado de alegria que é pra combater a maldade e as pessoas de mau coração.
Fecha os olhos e respira fundo. Conta até três. Rouba umas estrelas do céu.
Assopra o dente de leão, os sonhos, o pozinho de pirilimpimpim e todo bom humor, que é pra ver se alguma chega até o desanimado do canto.
Salta as pedras do caminho e constrói pontes onde há abismos, dança um ritmo novo, a cada dificuldade um riso e um brilho mais forte no olhar. Assim tem mais graça. Dá mais coro. Dá o tom.
Desamarra as botas. E o peso das costas.
Mas ela se protege da fábula do lobo e do cordeiro e dos lobos em pele de cordeiro. Inevitável. Nem todo mundo vive une petit chanson.
Faz o sinal da cruz, acende uma vela ao anjo da guarda, reza um pai-nosso e uma ave-maria. Não grita ao sete ventos sua felicidade, ao contrario, fala baixinho, soa mansinho, dá um sorissinho que é pra o mau olhado não olhar.