Histórias, geralmente, têm duas versões...
Primeiro você é essencial, dizem que é importante e admitem que quebra um galhão em tudo.
Vai pra todo lugar, cobre a função do que ainda está por vir, escreve ideias geniais, sempre com aquela simpatia de máquina de escrever e trabalha mesmo com as ‘sutilezas’ alheias.
Está ali, disponível, 24 horas por dia, de segunda a segunda e veste a camisa mesmo, aquela capinha linda (?), mesmo na batucada ritmada do dedo com as teclas.
Prometem o mundo... Falam o que bem entendem...
Mas aí chega o computador, pra estremecer, botando panca de bacana, empinando o nariz e fazendo moral com os influenciáveis, munido do Google – afinal quem tem Google precisa de mais alguma coisa? - Quem vai desafiar?
Aí a tinta borra, suja os dedos, o barulho passa a atrapalhar.
Abandonam a máquina de escrever, esquecem do quanto ela foi importante e brindam a superficialidade da nova era.
Mas há quem diga não trocar a velha, boa e companheira máquina de escrever por nada. Talese mesmo não abre mão da sua, e se o Talese ainda prefere a máquina de escrever...
A máquina já não escreve. Já não funciona. Já não sorri. Ocupa bem sua atual função, objeto de decoração esquecido no canto da sala.
PS: Não basta apenas não fazer sentido