sábado, setembro 17, 2011


E você, tem cara de quê?


Um texto em homenagem a todos os formadores de opinião. Pessoas que com força, e lero-lero, determinam como certas pessoas serão vistas por todos, sentados em cima dos próprios rabinhos

A viagem de volta sempre parece ser mais curta do que a de ida, mas não é. The Wonders foi um grupo bem parecido com os Beatles, no entanto... LED, plasma e LCD podem até serem confundidos, mas todo mundo sabe que cada um tem suas peculiaridades, só não sabe é explicar. Chiclete de menta é bem parecido com o de hortelã, mas...

É muito fácil pras pessoas rotularem as coisas pelo simples fato de que alguém é parecido com isso ou aquilo, então deve ser assim. O julgamento das pessoas é instantâneo, imediato e absolutamente precipitado. A cabecinha de algumas pessoas limita-se a funcionar automaticamente de forma que, se notar a presença de certas características, pronto, estão etiquetadas, só basta colocar as informações nutricionais.

Que babaquice julgar as pessoas por suas preferências, cor do cabelo, vestimenta ou hábitos alimentares não determinam absolutamente nada. 'Se fulano se veste assim então deve ser assado', que ilusão.

Caramba, as pessoas se limitam aos achismos da vida só porque é muito mais cômodo. É muito mais cômodo ficar na superfície mesmo.

Falar que o menino que está do outro lado calçada, de capuz e mãos no bolso poder ser um possível assaltante em uma rua deserta, às dez da noite é uma coisa, mas condená-lo a isso, é outra história, vai que isso afeta o emocional do rapaz, vai que ele gosta de andar assim e se sente melhor sozinho a essa hora. Agora, chamar a 'colega de firma' de jararaca- nojinho só porque ela tem ‘aquela’ cara de mau humor a qualquer hora do dia, passa e nem dá ‘Bom dia’ e tem sempre um ar superior, não quer dizer que ela realmente seja o que você está pensando, a não ser que a convivência confirme suas expectativas.

Chega dessas de a tatuada-maconheira, bicho-grilo, escritora maluquinha, santinha do pau oco, nerd bobão, modelete-patricinha- metida, mulambos, branquelas e afins, vamos tratar as pessoas com nome e sobrenome, porque cada uma têm suas particularidades e não é porque parece ou porque sujeito tem uma característica que determinantemente vai ter outra.

Cara de limão azedo, de pamonha, pastel e maracujá de gaveta a gente encontra várias por aí, mas isso não quer dizer nada nada. Vai me dizer que você não fez cara de que comeu e não gostou? Vamos sair desse mundinho de achismos baratos de – perdoe-me o clichê - julgar o livro pela capa.



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