quarta-feira, março 16, 2011


Aquilo que move os sonhos

Sabe aquele quase conto de fadas que a gente desenha todos os dias, e escreve no diário, e faz um coraçãozinho na árvore e acredita que o único final da história possível é o ‘e viveram felizes para sempre’?

Sabe?

Sabe quando você ainda acredita que vai encontrar o trevo de 4 folhas, que aquela fita do Senhor do Bonfim que você enrolou no braço no último carnaval vai arrebentar a qualquer momento realizando seus 3 pedidos? Sabe?

Sabe aquele dente que você jogou no telhado, de costas e olhos fechados, pedindo para que você pudesse comer sobremesa antes de comer tudo e que crescesse rapidinho para poder jogar bola no time dos ‘grandes’? Sabe?

Então, nananina não. Não. Não sabe. Tudo passou tão rápido que você não se deu conta desse tempo que perdeu esperando algo que fosse cada dia maior, mais bonito e mais moderno.

Você sabe o que é assoprar o lente-de-leão e ver a cada partezinha que o vento leva em direção ao infinito que seus sonhos vão junto com ele e nessa mesma velocidade acreditar que as coisas vão acontecer? Você sabe quando o ‘bem-me-quer-mal-me-quer’ não dá a resposta que você queria, você fica triste e joga pra traz o miolinho da flor que restou, sacode a poeira e continua?

Por que a gente não é criança pra sempre e pra sempre acredita que o sonho vai se realizar todas as vezes que você pedir com muita força e verdade. Todas as vezes que a estrela cadente cruzar o céu e que você se comportar bem, vai receber a felicidade embrulhada num presente.

Eu espero, e você?

terça-feira, março 08, 2011


O importante é ser mulher


Não precisa ter 1,75m. Não precisa pesar 50 kg. Não precisa ser loira, cabelos na altura da cintura, naturalmente lisos e olhos, preferencialmente, azuis.

Não precisa caber na calça 38, busto 90 e cintura 60. Não precisa ter corpinho instrumento musical.

Não importa se você é Bruna, Débora, Camila, Vera ou Gisele. Marilyn, Brigitte, Elizabeth ou Audrey. Vilma, Ana Carolina ou Suzanne. Não precisa.

Não precisa ser manequim – modelo – atriz – apresentadora de TV, rainha de bateria-musa do carnaval ou capa de revista que aparece na TV.

Clarices, Ligias, Cecilias, Marthas, Amélias e todas as outras...

É preciso saber administrar, pagar as contas, ir ao supermercado, ser mãe, filha, motorista, chefe de cozinha - para escolher o cardápio diário, cuidar do conserto do chuveiro, dos reparos da cozinha, da altura do quadro na parede da sala à altura do prego que vai sustentá-lo. E saber fazer a unha também.

Pia cheia de louça. Salão de beleza às 18h. Jornada dupla. Pele de pêssego. Perfeição e inteligência. Acreditar em numerologia, astrologia, auto-ajuda e São Judas. Ler Leminski, estar por dentro da Vogue e recitar Baudeleare. Usar Prada e Mac. E é claro, não esquecer dos impostos e do feijão que está no fogo.

Somos mais ou menos mulheres-maravilha. Não me venha sempre com essa palhaçada de super-heroína. Super-heroína também chora, é sensível, quer colo, às vezes roda a baiana, também espera o telefone tocar, a porta do carro ser aberta e a cadeira do restaurante afastada. Às vezes cansamos de ser ‘homens’ de batom e salto 15. Não queremos só tomar iniciativa, também somos mulherzinhas.

Em nome dessa pseudo modernidade ouso dizer: Não precisa ser tudo isso, só precisa ser o que você quiser, acima de tudo seja Mulher, pois só você sabe ser.
Parabéns!

domingo, março 06, 2011


Sorvete de chocolate, cachorro quente e pirulito que bate-bate


Brincadeira, choradeira, pra quem vive uma vida inteira
Mentirinha, falsidade, pra quem vive só pela metade
Palavra Cantada

Não sei se um dia quero ser gente grande. Gente que não gosta de pique - esconde, que não ri gigante e que não gosta de nada. Gente que não assopra o cata-vento, que tem medo de molhar o cabelo, que não se banha na chuva e não deixa gente pequena brincar.

Essa gente bem triste que acha uma tremenda criancice esticar os braços pra que te peguem no colo e te façam dormir. Gente que engana gente porque vê a inocência nos olhos e não revela a vontade pelo último pedaço de torta de chocolate com muita calda da vovó.

Gente que acha que não tem asas, que tem medo de voar de olhos fechados e não anda descalço porque tem medo de pousar em lugar desconhecido. Essa gente é muito estranha, não se lambuza com sorvete e conta as calorias das borboletas que fazem cócegas no estômago.

Será que se eu for gente grande vou acenar ao invés de abraçar bem forte sem medo do que vão pensar e me tornar insensível? Será que vou enterrar meus sonhos antes de ver germinar sementes de ‘vai dar tudo certo’? Será que meus olhos não refletirão mais o brilho das estrelas e tudo será como um céu acinzentado?

Ah não, se for pra ser assim eu não quero. Vou continuar com olhos bem grandes para as coisas bem pequeninas. Vou continuar desenhado em giz de cera um futuro bonito, bordando os dias com linhas de muitos sonhos, dando um toque mágico em tudo que eu vejo, arrumando os borrões de tinta com carinho e me lambuzando no sorvete de chocolate do tio que passa toda a tarde com seu carrinho de felicidade.

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