sábado, janeiro 08, 2011


Deixa... não quer brincar mesmo?

Foi simples assim, soltei sua mão e fui sentindo os pés cada vez mais distantes do chão. Fui voando cada vez mais alto e mais longe, sem bússola ou direção a seguir. É engraçado como aqui de cima as coisas ficam cada vez mais pequenininhas e a vista vai se transformando pra ficar bem mais bela. Embora aquela visão bonita de mar cintilante não seja contínua, devido às montanhas e depressões da região, tem sempre uma beleza diferente a ser descoberta.

Foi porque cansei de procurar o lugar que não existe e noticiar no jornal que a folha que desprendeu da árvore bailou 8 segundos em média com o vento antes de atingir o chão e nem mesmo o eco ouvir. Achei melhor seguir em frente e trilhar um caminho sem analisar muito bem os moradores do lugar.

Não adianta arregalar o sorriso, gritar bem alto, jogar mil ‘tudo de bom’ pelo vento. Sou pirracenta, igual ao sol que aquece a manhã desafiando o inverno. Faço birra e sou teimosa. Felicidade demais dói em quem não sabe voar. Pegue seu balão, desamarre a âncora de seus pés se tiver coragem.

Eu fico com a leveza, embora saiba que a correnteza às vezes atinge bem forte a quem não tem firmeza. Prefiro voar de leve, observar bem os fatos pra depois contar e recontar mil vez de maneiras variadas, pois é, assim eu tenho o que contar e encantar.

Sei colher tanto as rosas colombianas como as flores de papel crepom do jardim do ‘que dê tudo certo’. Comigo é assim, quer brincar, brinca e se perder, não me venha com essa de que não queria brincar mesmo.

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