quinta-feira, setembro 02, 2010


Uni, duni, tê, salamê, míngue


Quem foi o ser desumano que inventou que aos 18 anos somos suficientemente maduros para determinarmos o que faremos durante os próximos 43 anos? Se ao menos aos 17 tivéssemos em mente o que será feito no próximo final de semana, seria fácil comprar uma passagem para um destino até então desconhecido.

O pior é que não basta gostar desse destino. Além de gostar, a sua escolha deve ser a fonte de onde proverá todo seu sustento, a não ser que você ganhe na loteria, seja político ou tenha sucesso na literatura de auto ajuda.

Eu sei muito bem que nessa idade é tudo festa, confete e purpurina (não me entenda mal). Que você está com quase 18 anos e com quase DEZOITO você acha que é dono do próprio nariz, que é descolado, que tem vários amigos, que está entre os 10 mais do colégio, que sabe o que quer da vida, curte Lady Gaga ou essas bandinhas RGB 4x4, que só porque vai atingir a maioridade, acha que é adulto e responsável o suficiente. (Rs)

Perdoe meus risos. Ledo engano. Não que você não seja completamente, mas...
Não é folheando o guia do estudante que você vai se deparar com o que é melhor pra você. Você pode até encontrar a lista dos cursos mais badalados, dos salários mais altos, do perfil de cada profissão. Mas não se baseie no perfil, não escolha nenhum porque você acha que se enquadra em um deles, e nem tente se encaixar.
Aos 17/18 anos você apenas acha. Aos 17/18 anos você não tem noção do tamanho da realidade.

Nem eu tinha.
Hoje sou totalmente contra quem segue a risca os padrões que a sociedade impõe: que casa porque está tarde pra continuar sendo solteiro, que tem filho porque está chegando a hora... então porque determinar o que você será pela vida inteira, quando você mal sabe que doce escolher.

Entrei na faculdade aos 18. Me formei aos 21. Tinha orgulho de ser produtora – roteirista – apresentadora - diretora de arte. Saí da faculdade com um diploma na mão, muitos sonhos na cabeça e nenhuma experiência e dinheiro na carteira.
Só eu sei quanto sofri para encontrar um emprego: cidade pequena, curso desconhecido e vários leigos no mercado.

A realidade da profissão não é o que escrevem na revista, desenham em fotos e discursam na faculdade. Se você acha que publicitário passa o dia inteiro tendo idéias mirabolantes, campanhas milionárias, tomando cappuccino o dia inteiro, enchendo o bolso de dinheiro e ganhando leõezinhos todo ano, acho melhor marcar xizinho em outra opção.

Não quero te desapontar, mas escolha o que te dê orgulho no final do dia e não se importe se você tem 17, 18, 19 ou 30, afinal, nada é definitivo, nem a vida.




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