sábado, fevereiro 26, 2011


É, tá pensando o quê?

Meu bem, podemos muito bem citar Rimbaud, Leminski e Sartre, mas hoje não estamos a fim. Nesse momento não faz a menor diferença saber se é tricolor, mengo ou peixe, se está tudo em paz na Líbia, na faixa de Gaza ou se o Paquistão construiu mais um míssil nuclear.

Sabemos da cotação das principais bolsas, que a Bovespa, Dow Jones e Nasdaq operam em alta, mas neste momento, neste exatissimo momento, não faz a maior diferença.

Sim, não faz a menor diferença, porque quando é a balança do Valdir, do shopping ou da farmácia da esquina – que é a mais importante no nosso ponto de vista - demonstra o que está em alta é seu pesinho, minha filha, nem o cartão de crédito, nem mesmo o saldo da sua conta corrente, nem aquela bolsa lançamento da Louis Vuitton ajudam você ficar bem.

Porque para nós mulheres, pobre mortais, que não temos um corpo à la Gisele Bundchen, que suamos na academia de blusão amarrados na cintura para eliminar as calorias daquele granulado do brigadeirinho da festa do pirralho do prédio, descobrir a cura para as gordurinhas acumuladas naquela região que apenas as batas indianas – oh, salve quem inventou as batas indianas – conseguem esconder, é como se fosse a salvação para o aquecimento global.

Não. Não me venha você dizer que somos exageradas que um quilinho ou outro não faz a menor diferença, que posso engordar mais uma barra de chocolate. Não. Queria tanto ter o tão sonhado metabolismo rápido que aquelas ‘bruacas’ das modelos dizem ter. Não aguento mais ouvir dizer iogurte natural, queijo cottage, pão integral e linhaça, ah, e bastante água. Eu gosto mesmo é de tudo que tem sabor brigadeiro.

Mas diz pra mim que isso tudo não é culpa dessa sociedade que diz que estar em forma é seguir os passos e dietas, e exercícios físicos e ainda ter a aparência e o corpaço da mulherada que sai na capa, justamente da “Boa forma”? Você acha que não, querido, em que mundo você vive?

Diz pra mim, quem pode ser feliz sabendo que salada: à vontade, hein?

Fala sério, quero a felicidade de poder se jogar de cabeça, coração e alma – leve, sempre - no pastel de chocolate com recheio duplo. Porque amanhã sim, amanhã eu começo a caminhada e a dieta da Galisteu.

Bom tô indo ali pedir pra que entreguem, você vai querer?

sábado, fevereiro 19, 2011


Deixa pra amanhã

Por Ana.

Venho de uma louca rotina de trabalho. Não consigo separar vida pessoal de profissional. Desculpa, eu não sou perfeita.

Erro, tentando acertar, sempre. Fato, as coisas nem sempre são como a gente quer mesmo. Entendo. E te peço: me entenda. Desculpe minha falta de acento, de vírgulas, de letra maiúscula... Nunca sei se é ponto final, na mesma linha, se é letra maiúscula depois das reticências que eu, comumente, exagero.

Venho de uma louca tentativa em te agradar das mais diversas maneiras, esquecendo, sempre, de colocar eu mesma em evidencia. Fui feita assim, de querer ver sorrisos e fazer tudo para colocá-los em seus lábios, mesmo que os meus estejam fazendo um sacrifício imenso para manterem-se vivos, e os olhos ardendo para a lágrima não rolar.

Culpa dessa minha louca e idiota tentativa de querer pintar um arco-íris de energia pra deixar o mundo cheio de alegria. Certeza que você deve saber do que estou falando.

Sirvo cafezinho, ofereço suco ou água, faço cara de paisagem, finjo que não escutei e nem entendi. Não me importo (ah, tá). Sempre vou ser a primeira a ligar, a perdoar, a pedir desculpas, acreditar que estou errada, falar que não foi nada e que não doeu. Faz de conta que eu sou compreensiva.

Não adianta, vou viver lamentando ao assistir o telejornal, acreditando que dinheiro não compra felicidade e que um dia um Barack Obama vai mudar o mundo. Não concordo com politicagem, protocolos, etiqueta e comportamentos politicamente corretos. Você pode até dizer “bem-vindo ao mundo real” e eu relutarei em aceitar.

Citarei Madre Teresa e Gandhi e realmente nunca entenderei o real valor do 1 milhão. Respondo ao Boa Noite do Bonner e acredito que amanhã vai ser um dia melhor.

Sofro.

Sofro, porque o dia seguinte não é repleto de açúcar. Mas não importa, vou levando e empurrando. Pois a dor, a gente deixa pra amanhã. E não tem problema, porque de amanhã não passa.

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